O arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone, proibiu a
presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy
Pelosi, de receber a comunhão na arquidiocese porque apoia o aborto.
Cordileone escreveu uma carta à parlamentar, tornada pública
na tarde desta sexta-feira (20), na qual justificou que tomou a medida porque a
representante da Califórnia “não repudiou publicamente sua posição sobre o
aborto e continua a se referir à sua fé católica para justificar sua posição e
receber a Sagrada Comunhão”.
“Portanto, à luz da minha responsabilidade como Arcebispo de
São Francisco de ‘cuidar de todos os fiéis cristãos confiados aos [meus]
cuidados’ (Código de Direito Canônico, cân.383, §1), por meio desta
comunicação, estou notificando que você não deve se apresentar para a Sagrada
Comunhão e, se o fizer, não deverá receber a Sagrada Comunhão, até que você
repudie publicamente sua defesa da legitimidade do aborto e confesse e receba a
absolvição por este grave pecado no sacramento da Penitência”, escreveu o
arcebispo.
Pelosi, que representa na Câmara um distrito que compreende
boa parte da cidade e do condado de São Francisco, ainda não se pronunciou
sobre o assunto.
A partir da eleição do presidente Joe Biden, outro católico que apoia o aborto, bispos da Igreja Católica dos Estados Unidos intensificaram a reivindicação de que a Eucaristia seja negada a políticos que defendam a interrupção voluntária da gravidez. Antes disso, em 2019, Biden teve negado o sacramento numa igreja na Carolina do Sul.
No ano passado, a Conferência dos Bispos Católicos dos
Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês) aprovou um documento sobre a Eucaristia
que prega a defesa dos nascituros e reitera como “escândalo” a rejeição dos
católicos “em sua vida pessoal ou profissional” a doutrinas ou ensinamentos
morais da Igreja.
O documento não cita Biden nem orienta que seja negada a comunhão a políticos católicos que apoiam o aborto, mas reforça que “os leigos que exercem alguma forma de autoridade pública têm uma responsabilidade especial de incorporar os ensinamentos da Igreja”.
Fonte: Gazeta do Povo