Todas as canções do novo disco da banda mineira foram gravadas antes da morte do baterista; ele morreu em setembro de 2020
Vocalista do Lagum, Pedro Calais garante que o desejo da banda mineira é lançar o terceiro disco da carreira neste ano. “O álbum está pronto desde o ano passado; era para ele ter saído em junho de 2020”, contou ele em entrevista ao Magazine. “Só que veio a pandemia, e resolvemos segurar para ver como poderíamos encaixar o lançamento com uma turnê”, disse Calais. Mas, em 2020, outro fato mexeu profundamente com Calais, Otavio Cardoso, Jorge, Francisco Jardim (integrantes do Lagum) e com os fãs da banda de pop rock nacional – o baterista Breno Braga, mais conhecido como Tio Wilson, morreu em setembro, após sofrer uma parada cardiorrespiratória depois de um show em um drive-in em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Vimos como os caminhos mudaram todo o nosso planejamento”, comentou o vocalista e compositor, que não esconde a ansiedade para poder revelar ao público o novo trabalho do Lagum por completo.
Ainda sem título e data de lançamento definidos, o álbum passou por algumas mudanças nos últimos meses. “Tínhamos pensado em um conceito, agora vai ser outra parada”, adiantou Pedro Calais. Isso porque as músicas “Hoje Eu Quero Me Perder” e “Será” (parceria com Iza), lançadas em 2020 e apresentadas como singles do novo disco, foram retiradas do projeto. Calais explica o motivo: “Antes de o Tio falecer, tínhamos feito uma sessão de estúdio com ele e registramos algumas composições novas, com o Tio tocando a ‘batera’ dele. Por isso, escolhemos tirar essas duas músicas, que ficaram como singles avulsos, e colocamos três novas canções que tínhamos feito com o Tio antes de ele partir”. O compositor destaca que “o álbum já existia, porém, agora, vem renovado” com uma homenagem ao baterista. “Já adianto que todas as músicas são tocadas pelo Tio”, contou.
Entre as faixas do novo trabalho do Lagum está “Ninguém Me Ensinou”, canção divulgada em outubro passado como um tributo póstumo a Tio Wilson – o videoclipe, que emocionou o público, reúne áudios e vídeos antigos do músico com os companheiros de banda e também traz participação de familiares e amigos. Na mensagem que aparece no final do vídeo, a banda mineira destaca que “Ninguém Me Ensinou” era a preferida do baterista.
Outra canção já revelada do próximo álbum do Lagum é a recém-lançada “Musa do Inverno”, cujo videoclipe é inspirado nas aventuras de Scooby-Doo e que conta com a participação especial do cantor Felipe Dylon. “Essa música é uma das que eu costumo fazer de zoeira. Às vezes eu abro o computador e começo a produzir a música mais para curtir mesmo do que com a finalidade de lançar”, disse Pedro Calais, revelando que, a pedido dos companheiros do Lagum, guardou a letra, escrita há cerca de dois anos, para ser gravada em um disco da banda.
“Eu fiz essa música muito inspirado na sonoridade que eu ouvia quando era criança. Em um dos versos, acaba que eu falo ‘minha musa do inverno não curte passar Sundown’”, contou ele sobre a letra que fala de uma garota que não gosta de praia nem de areia. “Na hora de colocar o nome, eu achei muito interessante colocar ‘Musa do Inverno’ porque ‘Musa do Verão’ (música de Felipe Dylon) foi o hit de quando eu era criança, foi uma das primeiras músicas que eu aprendi tocar no violão”, revelou.
Sonoridade
Segundo Pedro Calais, o novo álbum do Lagum trará “sonoridade de bandas das antigas”, que fizeram sucesso nos anos 2000, como Charlie Brown Jr., Blink 182 e Sugar Ray. “Buscamos reviver o que vivemos quando éramos crianças, as músicas que ouvíamos naquela época. Então, várias coisas desse álbum, inclusive essas novas que voltamos para produzir, têm essa mesma raiz de estilo que a gente buscou”, comentou o compositor.
Ele lembra que bandas como Raimundos e Charlie Brown Jr. fazem parte da trajetória do Lagum, que tem 582,3 milhões de streams no Spotify e uma média mensal de 3 milhões de ouvintes na plataforma. “Quando começamos e tínhamos, sei lá, duas músicas autorais, o restante do show era com canções deles. A gente já amava essas coisas e só deu uma aprofundada a mais nisso para esse novo álbum”, contou.
‘Tio não deixou nada pesado. Está todo mundo em paz’
Ao Magazine, Pedro Calais, vocalista do Lagum, falou sobre a morte de Breno Braga, o Tio Wilson. Segundo ele, cada integrante da banda reagiu de uma maneira diferente à notícia de que o baterista havia falecido. “Um quis ficar mais sozinho; outro quis trocar ideia no sentido de se confortar mesmo, de se sentir bem; e pra mim bateu de um jeito muito forte que eu quis fazer a homenagem para ele de um jeito muito especial”, disse o compositor, referindo-se à canção “Ninguém Me Ensinou”. “É uma música que estava fazendo muito sentido pra mim”, completou ele.
Calais contou que o primeiro trabalho do Lagum após a morte de Tio Wilson foi para fazer essa homenagem ao amigo e companheiro de estrada. “A ideia nunca foi comercializar a música, mas sim fazer uma parada muito legal, uma homenagem muito legal, que ele com certeza teria orgulho de ver e que os amigos dele, a família dele, que os fãs dele ficariam muito orgulhosos de ver”, explicou.
“Começamos essa nova fase do Lagum com o pé direito, de um jeito leve. Porque o Tio não deixou nada pesado. Está todo mundo em paz: a gente está em paz, a família dele também! Foi lindo esse primeiro reencontro da banda depois do que aconteceu”, garantiu o vocalista.
Para celebrar a nova fase, o agora quarteto quer mesmo é colocar o pé na estrada assim que a pandemia passar. “Vamos fazer isso com gana pra ver geral pulando na frente do palco e se emocionando ao vivo. Vamos esperar esse momento (de pandemia) passar para fazer isso acontecer. Eu espero que não demore muito”, finalizou o músico.
Fonte: Jornal Super / O tempo
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