Exposição ‘Acervo – Retratos’ traz obras da coleção particular da instituição. Entre os destaques estão trabalhos de artistas como Sérgio Nunes, Genesco Murta e Ártemis
Um mergulho em seu próprio patrimônio artístico. Esse é o tema que guia “Acervo – Retratos”, nova mostra que a Fundação Clóvis Salgado sedia a partir desta quinta-feira (18), nos átrios da PQNA Galeria Pedro Moraleida, no Palácio das Artes, no Centro da cidade. Com entrada gratuita, a exposição fica em cartaz até 18 de abril, de terça a sábado, das 12h às 20h, e aos domingos, das 16h às 20h.
Contando com nove obras de artistas de diferentes períodos e técnicas diversas, a mostra reforça e destaca a riqueza da coleção particular da instituição. “A ideia da exposição é justamente divulgar o acervo da Fundação Clóvis Salgado, que muita gente ainda desconhece. Ele é composto por obras de arte de um viés múltiplo e foi todo feito de doações, desde a construção da fundação, nos anos 1970”, constata a gerente de artes visuais da FCS, Uiara Azevedo.
Segundo Uiara, a mostra se debruça sobretudo sobre a produção retratista do acervo. “Como já apresentamos muito desse recorte em diversos formatos, optamos desta vez por trazer à luz os retratos que pertencem à nossa coleção. Queríamos destacar essa concepção do portrait, que é uma obra na qual o artista faz uma representação do rosto de uma pessoa com suportes diferentes – através de elementos da fotografia, da pintura, do desenho. Queremos que o público tenha contato com esses rostos incríveis que existem no nosso arquivo”, completa.
Seguindo uma estética mais contemporânea, as obras – que datam entre 1940 até os dias atuais–, foram produzidas por artistas de renome da cena brasileira como o muralista, desenhista e caricaturista Genesco Murta e o pintor e lustrador Sérgio Nunes.
Entre os destaques do recorte estão uma ilustração feita em nanquim sob papel de Humberto Guimarães, duas fotografias de Cyro de Almeida e uma imagem do fotógrafo Daniel Moreira, que compôs a mostra “Paisagem Ambulante 381” (2015). O painel “site specifc” realizado pelo paraense Éder Oliveira também faz parte da mostra.
Já o quadro “Retrato de Maria”, da artista plástica e arte-educadora Ártemis, ganha realce como a mais nova doação para o acervo da FCS. “Fico muito honrada de fazer parte do acervo da Fundação Clóvis Salgado, é uma instituição pela qual tenho um carinho muito grande. Fui estagiária e produtora da gerência de artes visuais quando ainda era estudante da Guignard e essa experiência foi muito importante pra mim enquanto artista”, revela a baiana Ártemis.
Feito em uma tela de dois metros de largura por um metro de altura, o retrato recria o rosto de Maria da Penha, uma mulher que faz parte da população em situação de rua e recebe atendimento da rede de saúde mental da cidade.
“Foi nessa mesma galeria [onde acontece a exposição] que eu e Maria entramos em 2018 e gravamos um vídeo, no qual ela tece uma crítica à questão estética da tristeza associada às classe sociais nas artes”, relembra Ártemis, que trabalha no Consultório de Rua do SUS, e foi quem levou Maria para seu primeiro contato com o mundo das artes.
“Ela já tinha até dormindo na porta do Palácio das Artes, mas nunca havia entrado no prédio. Depois, Maria acabou virando a maior pintura que já fiz e agora entra para o acervo de uma instituição de arte. Sem dúvida, não há melhor forma para se ganhar o coração dos trabalhadores e do público do que esse”, conclui a artista.
Serviço
O quê: Mostra “Acervo – Retratos”
Onde: Na PQNA Galeria Pedro Moraleida – Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro)
Quando: De 18 de fevereiro a 18 de abril ; de terça a sábado, das 12h às 20h, e aos domingos, das 16h às 20h.
Quanto: Gratuito
Fonte: Jornal Super / O tempo
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